2.8.04

Tempo das flores

Há dias em que o presente nos cai como flores de ipê colorindo a calçada.
O desenho é lindo. A delicadeza das pétalas nos faz ter medo de pegar a flor.
Mas estão ali para serem pisadas. Por pés desavisados ou por almas insensíveis.
E enquanto olhamos o desenho colorindo o chão, o tempo passa.
O presente vira passado. As flores murcham ou são pisadas.
E a contemplação vira lamentação.
As flores não foram colhidas e o tempo não volta mais.
As marcas no chão viram esperança de um novo reflorir.