Cores da esperança
Como um assaltante, ele a invadiu. Com palavras musicais foi entrando, ocupando espaços, preenchendo necessidades.
Ela o recebeu como se fora a primeira vez. A alegria de descobri-lo fez dela menina. E o encanto se fez canto.
Estendeu-lhe a mão. Seus dedos se tocaram. Os olhos da alma se reconheceram.
Falaram de flores, de palavras, de amores. Descobriram sons, texturas e cores.
Ela, mistura de suavidade, carinho e adrenalina. Ele, bailando entre a ousadia e a timidez. Entre o desejo e a ternura.
A noite os encontrou ainda se olhando. Ainda decidindo se olhavam juntos pela janela.
Lá fora, um barco a esperá-los, ondas para embalá-los. Uma vida a ser colhida.
Ainda olhando-se, deram-se as mãos.
Afastaram-se as sombras. A vida ganhou cores da esperança.
De mãos dadas começaram a caminhar.